24 anos do Teatro Municipal de Toledo será celebrado com “As Três Marias”

Neste domingo (26), às 19h, aniversário do espaço será marcado por espetáculo da Cia. do Terno de Dança-Teatro/Londrina; entrada ao público será franca

O aniversário de 24 anos será celebrado com aquilo que é a principal especialidade do Teatro Municipal de Toledo: receber grandes espetáculos! Neste domingo (26), às 19h, terá lugar no principal palco da Capital da Cultura do Oeste do Paraná a peça “As Três Marias”, uma produção da Cia. do Terno de Dança-Teatro (Londrina) protagonizada pela atriz Ana Karina Barbieri e dirigida por Aguinaldo de Souza.

A entrada é franca e não há necessidade de retirada prévia de ingressos – a classificação indicativa para o espetáculo é de 14 anos. “Será um momento para celebrar a arte e a cultura em nosso município, por meio de um espetáculo elaborado por pesquisadores da dramaturgia vinculados à UEL [Universidade Estadual de Londrina], apresentando uma qualidade à altura do nosso belíssimo teatro. Por isso, deixo aqui o meu convite para que o público de Toledo e região compareça e faça parte desta festa”, destaca a secretária da Cultura, Rosselane Giordani.

O espetáculo se soma a outros que foram encenados desde 26 de novembro de 1999, data em que o Teatro Municipal de Toledo, o segundo maior teatro público do Paraná, com capacidade para 1.022 pessoas em seu auditório. “Tive a honra de estar presente em sua inauguração e de contribuir direta ou indiretamente para a realização de diversos eventos que representam a nossa diversidade cultural. É uma história belíssima, escrita por várias pessoas, e é em homenagem a elas que anualmente celebramos esta data”, pontua a secretária.

“As Três Marias”

O espetáculo resgata memórias afetivas por meio da abordagem da vida de três mulheres da família da atriz Ana Karina Barbieri. Como mulheres comuns, enfrentaram trajetórias e adversidades corriqueiras, mas o que as torna especiais para além do laço afetivo? 

Partindo desta pergunta-chave, a atriz faz um mergulho autobiográfico na sua lembrança e na sua gênese, trazendo à tona a força da mulher comum em seu corpo e que passa de geração a geração. Presentes no pulsar da sua própria vida, a dramaturgia considera estas mulheres heroínas em seu tempo e lugar. 

Dessa forma, o espectador é instigado a revisitar a vida dessas mulheres: como foram os seus homens, suas lutas, suas solidões, seus medos e seus atos de coragem? A Cia. do Terno de Dança-Teatro está em atividade desde 2019 e reúne artistas e pesquisadores de Londrina, município cuja prefeitura patrocina o espetáculo por meio do edital do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic).

A potência expressiva do espetáculo centra-se no aspecto feminino do trabalho da atriz em relação a outras três mulheres de sua própria família (sua mãe e duas de suas tias). Por vários ângulos, estas mulheres estão presentes no corpo da atriz, seja pela via da memória, pela via da genética ou pelo encorajamento que a vida que essas mulheres levaram e levam, tornando-se exemplos de resistência e fuga, de drama e comédia, e de felicidade e tragédia.

Processo criativo

Através da construção de um dossiê poético sobre essas mulheres, a Cia do Terno de Dança-Teatro investigou em fotos, documentos, reportagens de época e relatos íntimos, momentos de enfrentamento e de superação, situações de vitórias e perdas – tudo isto a ser resgatado e transformado em dramaturgia e em encenação. Este processo criativo é amparado técnica e teoricamente pela análise do movimento expressivo e pela dramaturgia da lembrança desenvolvida pelo diretor do espetáculo, Aguinaldo Moreira de Souza.

Doutor em Letras pela Universidade do Estadual Paulista (Unesp), Aguinaldo foi professor e orientador de Ana Karina Barbieri, quando esta cursava Artes Cênicas na UEL. Também juntos realizaram o projeto “Tomai a medida do coração humano”, em 2018, que criou um espetáculo de dança-teatro Toda a expressividade conquistada no projeto anterior fundamentou o novo desafio e a nova proposta artística, ampliando as referências e trazendo ao público uma nova experiência (verticalizada) no qual a atriz se aprofunda no famoso aspecto do estudo da “atriz sobre si mesma”, pela memória e seus “fantasmas”.

Trata-se de uma experiência única, que traz consigo alguns questionamentos: qual a força que carrega a mulher comum em seu corpo e que passa de geração a geração? Por que estas mulheres são heroínas em seu tempo e lugar? Como e quem foram seus homens e suas mulheres? Quais são suas solidões e medos? Como e quando reuniram sua coragem? Fundamentalmente: como estas mulheres estão na atriz, no sangue que corre em suas veias? Noutro olhar: qual a empatia que a plateia terá ao saber dos dramas de cada uma das TRÊS MARIAS?

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