Novo Sarandi entra na rota do fumacê que passa pelos bairros de Toledo

Novo Sarandi acaba de ser incluído no itinerário da caminhonete que está circulando 19 bairros do perímetro urbano de Toledo pulverizando o inseticida que combate a forma alada do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue. A medida, conhecida popularmente como “fumacê”, foi tomada em virtude dos altos índices de incidência da doença no distrito, onde quase metade da população foi infectada.

Entre os motivos desta expansão está a proximidade com Quatro Pontes, município com o quadro epidêmico mais grave (13.925 casos para cada 100 mil habitantes, quase o quíntuplo de Toledo) na área de abrangência da 20ª Regional de Saúde. “Existe uma grande circulação de pessoas entre Novo Sarandi com outras cidades da região e tudo isso colaborou para que esta situação se agravasse lá, tudo num contexto em que a dengue está muito forte em todo o Paraná”, avalia o coordenador do Setor de Endemias, Selídio Schmitt.

Os trabalhos começam ainda nesta semana, a depender das condições atmosféricas. “Quando foi decretada epidemia em Toledo, solicitamos o veneno para o Governo do Estado e pedimos a inclusão de Novo Sarandi, o que só foi concedido agora. Estamos tentando incluir outros distritos que convivem com uma situação crítica, como Vila Nova, Ouro Preto e Novo Sobradinho. Contudo, não podemos assegurar que conseguiremos, pois o Paraná tem à disposição somente 15 mil litros deste inseticida, o Cielo [produto composto pelas substâncias composto por imidacloprido e praletrina] para todo o estado. Deste total, segundo a equipe do fumacê, vieram 1.000 litros para Toledo”, pontua.

Recomendações

Horas antes da passagem do famoso “fumacê”, que passará ao menos cinco vezes num período de 30 a 45 dias, carros de som informarão a população acerca dos cuidados que devem tomar a fim evitar que o veneno prejudique a saúde das pessoas, bem como a de plantas e animais. Além de abrirem todas as portas e janelas das casa, os moradores devem tirar as roupas do varal, cobrir utensílios domésticos, alimentos, gaiolas, colmeias e aquários, bem como devem colocar animais domésticos em ambientes seguros. 

Para evitar intoxicação pelo veneno, deve-se evitar ficar em frente da residência durante e até meia depois da pulverização, sobretudo em se tratando pessoas com problemas respiratórios, crianças de colo, idosos e gestantes. Trinta minutos depois de o fumacê passar, água e comida dada aos animais precisam ser trocados e somente após este intervalo deve-se retirar a proteção de utensílios domésticos, gaiolas, aquários, colmeias e animais domésticos.

Para que os moradores estejam em casa neste momento, as caminhonetes da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) estão passando fora do horário comercial, das 5h às 8h e das 18h às 20h30. É importante destacar que a aplicação de inseticida é uma estratégia complementar do município no combate ao Aedes aegypti, mas que a principal continua sendo a colaboração da população para manter seus imóveis limpos e livres de criadouros do inseto. “O veneno é paliativo, pois só resolve para o mosquito que está voando, não em relação às larvas. Se estas eclodirem meia hora depois do fumacê, esse trabalho não vai ter adiantado de nada”, esclarece Selídio.

PUBLICIDADE

COMENTE

Digite seu comentário.
Por favor digite seu nome.