Covid-19: Semana começa com totalidade de leitos na UTI do Bom Jesus

O combate do Município de Toledo ao novo coronavírus recebeu nesta segunda-feira (29) um reforço importante: os quatro leitos da unidade de tratamento intensivo (UTI) do Hospital Bom Jesus, destinados a pacientes com Covid-19 em estado grave que se encontravam inativos, voltaram a funcionar, ampliando de 12 para 16 o número de unidades disponíveis na cidade para esta finalidade. Para que isso fosse possível, foi necessário ativar dois respiradores e realizar manutenção nas células de gás oxigênio (O2) – problemas resolvidos por intermédio, respectivamente, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e da Associação Comercial e Empresarial de Toledo (Acit).

Os leitos abertos integram as ações de combate à pandemia implantada pela administração municipal nas estruturas de saúde e na ampliação no número de leitos – tanto de UTI quanto de enfermaria – para pacientes confirmados ou suspeitos de Covid-19 de Toledo e dos municípios da 20ª Regional de Saúde, bem como daqueles que fazem parte da Macrorregião Oeste. “A efetivação destas unidades é fundamental nesta luta que estamos travando contra o coronavírus, pois sabíamos o quão delicada está a nossa situação. Quando tínhamos apenas 12 leitos funcionando, um número muito grande de pacientes precisou ser transportado para receber atendimento em outras cidades. Isso continuará acontecendo, mas, com essa ampliação, teremos hoje mesmo pacientes de Toledo e cidades vizinhas sendo atendidos no Bom Jesus”, relata a secretária de Saúde de Toledo, Denise Liell. 

A secretária destaca ainda que o governo municipal trabalha arduamente para ampliar o número de leitos exclusivos para pacientes com Covid-19. “Além de termos atuado na canalização do oxigênio que alimenta os respiradores, o governo municipal está à frente de um projeto de parceria com o Hospital Bom Jesus, a Sesa – por meio da 20ª Regional de Saúde, Promotoria da área da saúde – e com a Acit no sentido de ampliar os leitos de UTI. Nós temos de colocar à disposição da comunidade todos os recursos disponíveis”, assegura. 

Neste sentido, a Secretaria de Saúde de Toledo também conversa com suas “irmãs” mais próximas. “Já conversamos com os secretários de Saúde da região e eles sabem da importância dos cuidados que cada um precisa ter em relação à suas respectivas redes de atenção básica, mas também de nos oferecer, na medida das possibilidades, profissionais experientes em UTI para trabalharem no Bom Jesus e os medicamentos necessários para a sobrevivência de pacientes infectados pelo novo coronavírus que se encontram em estado mais grave”, comenta.

Demais ações 

Desde a chegada do novo coronavírus, a Prefeitura de Toledo tomou uma série de medidas para o enfrentamento durante essa pandemia. Na perspectiva de preservar a vida dos munícipes, em março, a primeira medida adotada foi a reorganização do atendimento das Unidades de Saúde.  

A fim de colocar as equipes em outras frentes de trabalho, foram fechadas as unidades básicas de saúde (UBS) do Alto Panorama, Pancera, Industrial, Concórdia, Bressan, Boa Vista, Novo Sobradinho e Dois Irmãos. Pacientes com síndromes gripais (tosse, febre, dor de garganta, falta de ar, entre outros sintomas) estão sendo orientados a procurar as UBS Santa Clara, Panorama e Cosmos. Estas unidades atendem de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h – a do Panorama e do Cosmos também atendem aos fins de semana.

Demais procedimentos (vacinas, curativas, consultas e dispensa de medicamentos) que não envolvam síndrome gripal estão sendo realizados nas UBS Coopagro (incluem as áreas de abrangência das unidades do Industrial, Pancera e Cosmos), São Francisco (Alto Panorama e Panorama), Europa (Concórdia, Santa Clara e Europa), Centro (Paulista, Bressan e Porto Alegre), Maracanã, São Luiz (Boa Vista), Vila Nova (Novo Sobradinho) e Vila Ipiranga (Dois Irmãos). As UBS Coopagro e Europa também foram destinadas como referência para atendimentos odontológicos, bem como a UBS do Paulista é exclusiva para pacientes gestantes e mães de recém-nascidos.

Para pacientes que apresentem sintomas de síndrome gripal, a prefeitura disponibilizou um call center – (45) 3055-8872 – para que estes avaliem se é necessário buscar atendimento médico – e, caso precisem, onde fazê-lo. Para operacionalizar uma estrutura com demanda crescente, a Secretaria Municipal de Saúde contratou, entre março e maio, 51 novos profissionais. 

Pacientes de Toledo suspeitos ou com diagnóstico positivo para o Sars-Cov2 (novo coronavírus) que necessitem de internação com leito de enfermaria estão sendo encaminhados para o Pronto Atendimento Municipal Doutor Jorge Milton Nunes, o Mini Hospital da Vila Pioneiro. Desde o último dia 11, este espaço está atendendo somente casos de urgência e emergência, e pacientes regulados de Covid-19 – a população que necessite de outro tipo de atendimento de urgência deve se dirigir à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), na Vila Becker. 

Com isso, a Central de Especialidades, que já realizava atendimentos ambulatoriais na sede da Secretaria Municipal de Saúde, no Jardim Gisela, também transferiu a realização de procedimentos administrativos e de assistência social para o Centro Cultural Ondy Hélio Niederauer, também na Grande Pioneiro. 

Hospital de Campanha

O Hospital de Campanha, montado no Instituto João Paulo II, localizado na Estrada da Usina, está pronto, mas não tem data para funcionar. Isto porque ele só será usado, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, quando mais de 80% dos leitos de enfermaria ala Covid-19 estiverem ocupados. “Sem contar com leitos de UTI, apenas os de baixa complexidade, o Hospital de Campanha será um recurso empregado quanto se esgotarem todas as possibilidades de atendimento no PAM ou no Hospital Bom Jesus, do qual esperamos não ser necessários”. esclarece Denise. 

O perfil de pacientes que irão para o Hospital de Campanha são aqueles com Covid-19, mas que não têm condições de ficarem em casa por conta de alguma descompensação. Não se tratam, portanto, de pacientes graves, mas que estão vulneráveis ao novo coronavírus por apresentarem comorbidades como diabetes, obesidade e hipertensão.

A estrutura do Hospital de Campanha, montada assim que a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou pandemia de Covid-19, tem capacidade para 80 leitos de enfermaria, podendo, se necessário, expandir para 120. São espaços organizados para cada tipo de atendimento. 

No formato de apartamentos, com dois leitos cada, estão preparados 23 quartos. Além disso, o Hospital de Campanha tem a “Sala Vermelha”, uma espécie de sala de emergência onde ficarão os pacientes desestabilizados e que necessitarem de uma atenção maior até serem transferidos. Até o momento, existem 63 leitos montados.

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