TeleCorona movimenta mais de 22 mil ligações

Com as novas medidas de restrição adotadas pelo município na época, foi necessário criar um canal de comunicação para que a população pudesse sanar as dúvidas e saber onde e quando procurar atendimento ao apresentar sintomas relacionados ao novo coronavírus. 

Uma linha telefônica foi providenciada (3055-8872) para que dois servidores se revezassem no atendimento em uma mesa no Departamento de Vigilância Epidemiológica. Foi intitulado de TeleCorona para facilitar a compreensão e a divulgação entre o público.

“Uma semana depois várias mesas e ramais faziam parte do Telecorona numa sala da Secretaria Municipal de Saúde. A demanda cresceu e um sistema de atendimento e monitoramento foi implementado pelo Departamento de Informática da Prefeitura. Graças a ele, chegamos a preencher quase 40 formulários em um único dia”, relata a Enfermeira responsável pela equipe de atendimento, Anna Luisa. 

Avanços

Duas equipes fazem parte do TeleCorona hoje em dia. A equipe médica, que atende as ligações externas e realiza o Telemonitoramento, composta por 18 profissionais. E a equipe descentralizada, formada por 13 profissionais de diferentes áreas (enfermagem, odontologia, serviço social, educador físico). Esta equipe atua remotamente de várias unidades e faz as ligações para monitoramento dos casos suspeitos e também dos casos confirmados. 

O Porta Voz do Centro de Operações Emergenciais (COE) e Médico da Secretaria de Saúde, Fernando Pedrotti, destaca a importância da implementação do serviço do TeleCorona. “Tem duas frentes que são fundamentais. A primeira, levar informação para as pessoas. Tanto para esclarecer, quanto para prevenir. Assim cada um tem o poder de decisão e saberá melhor como agir. A segunda frente é o monitoramento, que é o cuidar das pessoas. Monitorar, ligar, saber como as pessoas estão é fundamental. É uma postura pró ativa”, frisa Pedrotti.

A Secretária de Saúde, Denise Liell, reforça a importância do serviço. “Agregou muito desde o início da pandemia, pois conseguimos monitorar nossos pacientes. É possível perceber que, conforme as demandas da Covid-19 iam aumentando, também aumentavam as demandas do TeleCorona. Isso fez com que a equipe lá escalada tivesse bastante trabalho. Sabemos que exige bastante dedicação e atenção, pois o monitoramento é via telefone. É necessário bastante cuidado no momento da escuta. Assim como a equipe que realiza o monitoramento possibilitou um trabalho bastante eficaz de acompanhamento com os viajantes que chegavam de vários destinos na cidade”, acrescentou. 

Telemonitoramento

O grande diferencial do sistema foi a implantação do aplicativo que possibilita, entre outras funções, a classificação com base nas informações apresentadas estabelecer a conduta a ser aplicada para cada paciente. 

Além dos dados cadastrais são registrados todos os sintomas relatados e as morbidades pertinentes a cada paciente. Também existe um campo onde a pessoa declara serem verdadeiras todas as informações repassadas. Com base nisso, o médico classifica o tipo de situação e, conforme a conduta, o sistema atribui uma cor ao paciente. 

O status demonstrado nas cores indica a necessidade do monitoramento e a cada quanto tempo deve ser realizado. Desta forma, é possível acompanhar a evolução de cada caso. 

Números

Foram mais de seis mil formulários abertos, sendo que mais de 1300 somente via TeleCorona, os demais nas unidades de atendimento. Todos esses casos geraram um acompanhamento do Telemonitoramento. Ao todo, foram mais de 23 mil ligações realizadas para monitorar a evolução de cada caso, conforme indicação do aplicativo. Chegou a serem realizadas quase 700 ligações em um único dia com essa finalidade. 

O sistema permite visualizar e monitorar 23 diferentes tipos de sintomas, entre eles febre, mialgia, cefaleia, dor de garganta e tosse. “A cor no status de cada cadastro indica o intervalo de tempo necessário para retornar o monitoramento de cada pessoa. Infelizmente, dessas 23 mil ligações, praticamente 11 mil não atenderam o telefone”, lamentou a Enfermeira Anna Luisa. 

Nesta situação, em quatro horas é realizada nova ligação ou o status volta a ficar vermelho. O número telefônico de cadastro também é um problema. “Não só para realizarmos o contato da Covid-19, mas nas consultas de especialidade, de agendamento de puericultura e outras agendas. Muitas vezes na hora de retornar para o paciente, não conseguimos mais contato”, relata a Enfermeira. 

O TeleCorona oportuniza para a Gestão Municipal agrupar informações para análises epidemiológicas. Percebeu-se que 80% das pessoas monitoradas apresentaram sintomas leves e apenas 20% sintomas mais graves. 

Outra informação relevante é que a média de idade da população contaminada é de 37 anos. Ou seja, uma população jovem. A maioria dos casos confirmados de Covid-19, são de pessoas com idades entre 20 e 59 anos, representando 79% do total de casos no município. 

A Secretária de Saúde, Denise Liell, disse que esse é um indicativo de que a maioria das pessoas contaminadas são pessoas em idade produtiva e economicamente ativos. “Podemos arriscar dizer que os mais jovens estão se contaminando e estão levando o vírus para os mais idosos, já que estes tem demonstrado um maior distanciamento e isolamento social. Além disso, o número de óbitos em Toledo também tem ocorrido em pessoas com idade inferior aos 60 anos. Por isso é necessário fazer uso da informação para nos cuidarmos. O uso da máscara, do álcool 70%, o distanciamento e isolamento ainda são as melhores formas de prevenção”, finaliza. 

PUBLICIDADE

COMENTE

Digite seu comentário.
Por favor digite seu nome.