Certificados de cursos promovidos pela SDHS são entregues a 55 pessoas

Formaturas no último sábado (30/8) marcam término de ciclo para 39 alunos do curso de português para migrantes e 16 do de crioulo haitiano para servidores

Um total de 55 pessoas encerrou um ciclo importante no último sábado (30/8) com a conclusão de dois cursos ofertados pela Secretaria de Desenvolvimento Humano e Social: Infância, Juventude, Pessoa Idosa e Família (SDHS). As capacitações foram contratadas junto ao Centro de Ensino de Línguas de Toledo, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Celto/Unioeste), e tiveram como objetivo ampliar as possibilidades de comunicação e integração de diferentes públicos.

Dos formandos, 39 receberam certificados do Curso Básico de Língua Portuguesa para Migrantes e 16 concluíram o Curso Básico de Crioulo Haitiano para Servidores Públicos Municipais. Ambos foram ministrados pelo advogado haitiano Pierre Érick Bruny, que vive no Brasil há quase uma década e acumula experiência no ensino das duas línguas, além de profundo conhecimento das culturas do Haiti e do Brasil.

A proposta buscou enfrentar barreiras que marcam a vida de parte dos 4.500 migrantes, refugiados e apátridas que residem em Toledo. Entre elas, dificuldades de comunicação, acesso a serviços, oportunidades de trabalho, diferenças culturais e preconceito.

A entrega de certificados marcou a segunda turma do ano do curso de português para migrantes – em junho, outros 52 alunos já haviam concluído a formação. Já o curso de crioulo haitiano teve sua primeira turma de servidores municipais oficialmente formada na cerimônia de sábado, enquanto a segunda turma iniciou as atividades na noite desta segunda-feira (1º).

As formações tiveram carga horária de 40 horas-aula. Para receber os certificados, os participantes precisaram comprovar ao menos 70% de presença e atingir desempenho igual ou superior a 70%. “Os alunos, em ambos os cursos, conseguiram, na média, notas muito altas, fruto de muita dedicação. Os servidores ainda não são fluentes no crioulo haitiano, mas poderão dar um atendimento bem melhor a esse público. Os migrantes assimilaram bem os conteúdos e tem alguns até que estão ingressando em curso de graduação”, relata a coordenadora de Políticas para Imigrantes e Outros Grupos Vulnerabilizados da SDHS, Késsi Rudek

Discursos e depoimentos – A solenidade, realizada no auditório da instituição de ensino superior, contou com a participação do vice-prefeito de Toledo, Lucio De Marchi; do professor Pierre; da professora Sandra Mara Pereira D’Arisbo, representante do Celto/Unioeste; e da secretária de Desenvolvimento Humano e Social, Sheila Maria Rodrigues Delava, que compuseram a frente de honra e entregaram os certificados aos formandos. 

Em sua fala, o vice-prefeito destacou o simbolismo da integração dos migrantes ao desenvolvimento local, lembrando que a história do Brasil também foi construída por diferentes povos. “Quantas e quantas pessoas vieram para o Brasil de todos os países europeus, africanos, da América, buscar os seus sonhos aqui?”, reflete Lucio, que também sublinhou a força econômica do município, que lidera o Valor Bruto da Produção (VBP) no Paraná, abriga indústrias de relevância nacional e atrai pessoas de diferentes origens. “Fiquem aqui, construam aqui suas famílias e os seus sonhos, porque Toledo é um município abençoado”, aconselha, dirigindo-se aos migrantes.

A titular da SDHS ressaltou que as formações representam avanços concretos na inclusão dos migrantes e na qualificação do serviço público. “Compreender a língua portuguesa é a base para que essas pessoas, muitas vezes em situação de vulnerabilidade, possam buscar emprego, atendimento em unidades de saúde ou simplesmente ir ao mercado”, exemplifica Sheila, que também destacou o impacto da capacitação dos servidores municipais no curso de crioulo haitiano, que, segundo ela, “facilita o atendimento no dia a dia e transforma Toledo em uma cidade cada vez mais acolhedora, tanto para quem chega quanto para quem já está aqui”, observa.

O professor Pierre destacou a importância do acolhimento e da troca de experiências proporcionada pela iniciativa. “Como migrante, é uma honra estar aqui como professor e ver a forma como Toledo trabalha com a população migratória”, comenta o advogado, que também sublinhou o engajamento dos servidores municipais no aprendizado do crioulo haitiano, lembrando que “essa dedicação demonstra sensibilidade com a pauta migratória e materializa, na prática, o que chamamos de dignidade da pessoa humana”, analisa.

A representante do Celto/Unioeste evidenciou a relevância da parceria que possibilitou a realização dos cursos. “É muito importante que vocês consigam realmente ser integrados à nossa comunidade e ao nosso município”, afirma Sandra, ao agradecer tanto à Prefeitura de Toledo quanto aos migrantes pela dedicação ao aprendizado. “A barreira do idioma é um dos maiores desafios de adaptação em qualquer país e o esforço dos servidores municipais que participaram da formação em crioulo haitiano deve ser valorizado, pois demonstra o interesse em prestar um serviço cada vez melhor à comunidade e a essa parcela da população de Toledo”, avalia.

Após a fala dos componentes da mesa de honra, alguns deram depoimentos nos quais puderam compartilhar suas experiências, destacando como os conteúdos aprendidos podem contribuir tanto em sua vida pessoal quanto na prática profissional. Encerrando a programação, os presentes participaram de um coquetel preparado pela equipe da Cozinha Social.

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