
A Secretaria de Saúde de Toledo realizou, neste sábado (02), uma
transmissão ao vivo por meio de redes sociais para apresentar as medidas
tomadas em relação à pandemia de COVID no município. Ações como o
protocolo precoce, reabertura de unidades sentinela, ampliação de ações
de orientação e fiscalização nos comércios e empresas com o apoio da
Secretaria de Segurança e Trânsito e a reestruturação do Comitê de
Operações de Emergência (COE) foram anunciadas.
O prefeito de Toledo, Beto Lunitti, acompanhado do vice Ademar
Dorfschmidt e da secretária de Saúde Gabriela Kucharski afirmou a
necessidade de demonstrar com clareza o planejamento das ações de
combate ao coronavírus. “Precisamos esclarecer a nossa população o que
acontece, os números são preocupantes, porém não podemos restringir a
liberdade dos cidadãos”, disse reforçando sua solidariedade às pessoas
que perderam familiares e amigos para a doença. Ademar também lembrou a
necessidade da população estar esclarecida em relação aos riscos do
momento. “A vida precisa seguir. O comércio em geral precisa funcionar,
porém os cuidados devem ser observados e praticados pelos nossos
cidadãos. A curva de contágio precisa diminuir até termos uma vacina”,
comentou.
Um ponto observado pela médica Gabriela Kucharski afirmou que é preciso
ter a comunidade como aliada no combate ao coronavírus. “As pessoas
devem entender a necessidade do cuidado”. Gabriela afirmou que os
números estão crescendo de forma bastante rápida. “Saltamos de 1 óbito
em novembro para 22 em dezembro”, frisou.

Ações
A distribuição de medicação precoce aos pacientes será realizada pela
assistência farmacêutica do município. O chamado “protocolo precoce”
será disponibilizado, sempre respeitando a liberdade das pessoas e
também dos profissionais de saúde. A ivermectina será entregue 1 dose a
cada 15 dias na Farmácia Escola, na Unidade Básica de Saúde do Jardim
Coopagro e na Farmácia Comunitária da Vila Pioneiro, junto à Central de
Especialidades. “Estas unidades possuem profissional farmacêutico por
isso estão aptas a distribuir este medicamento aos interessados desde
que seja maior de 18 anos e assine um termo de responsabilidade”,
explicou a secretária de Saúde.
Já a cloroquina e azitromicina o paciente deverá receber caso esteja
sintomático e manifeste seu interesse ao médico no ato da consulta, pois
somente este profissional, por exigência legal, pode prescrevê-los. “A
partir daí será apresentado um termo, lido em voz alta e assinado pelo
médico, pelo paciente e por uma testemunha”. A secretária também
reafirmou que nem o prefeito, nem a secretária de Saúde tem poder para
determinar que as pessoas com Covid sejam tratadas com esses
medicamentos. “É preciso a concordância de ambos, respeitando a relação
médico/paciente”.
A fiscalização também deverá ser ampliada, porém sem causar prejuízo aos
comerciantes e empresários. “Iniciaremos na segunda-feira um
treinamento com os técnicos da Secretaria de Saúde para preparar o
contingente da Guarda Municipal”, apontou Gabriela. A intenção é
realizar uma fiscalização cidadã, com o apoio da Secretaria de Segurança
e Trânsito, visitando todos os estabelecimentos comerciais para
assegurar que todos tomem as medidas necessárias, como uso de máscaras,
disponibilidade de álcool em gel e a observação do distanciamento
social.
A reabertura das unidades sentinela deverá acontecer, uma na região do
Jardim Coopagro e outra no Jardim Panorama. “Precisamos distribuir
novamente os atendimento, os profissionais de saúde estão exaustos. São
muitos meses atendendo pacientes sintomáticos e mesmo o aumento dos
casos aponta esta necessidade. As unidades sentinela tiveram suas ações
encerradas num momento em que os casos estavam diminuindo, porém a
realidade agora é outra”. A data para o funcionamento será anunciada no
decorrer do mês de janeiro.
Gabriela Kucharski também falou sobre a reestruturação do Comitê de
Operações de Emergência (COE). A secretária explicou que o COE é um
organismo técnico, de consultoria e aconselhamento para balizar as ações
do Executivo para os casos de pandemia. Também será iniciada uma
campanha de mídia, já em fase de produção, baseada no slogan “Liberdade
com Responsabilidade”. O intuito é reafirmar que todas as pessoas devem
fazer sua parte do combate ao coronavírus.
A volta das aulas presenciais também foi abordada durante a transmissão.
As Secretarias de Saúde e Educação deverão criar uma estratégia para
que as crianças retornem ao ambiente escolar, sem oferecer riscos aos
estudantes, familiares e professores. “Não podemos manter mais as
crianças sem aulas presenciais”. Sobre a vacinação, Gabriela destacou
que o município está preparado para administrar a imunização assim que
for disponibilizada uma vacina.
Além dos boletins diários e matérias pertinentes ao assunto da pandemia,
outra ação será a realização de coletivas com a imprensa em intervalos
de 14 dias, com a primeira sendo realizada no dia 11 de janeiro. “A
periodicidade destas entrevistas foi determinada pelo ciclo do vírus.
Portanto, qualquer medida tomada do ponto de vista epidemiológico é
preciso de 14 dias para comprovarmos sua eficácia”, afirmou Gabriela.
Números
Toledo possui até o momento 9822 casos de Covid diagnosticados com 97
óbitos confirmados até 31 de dezembro, perfazendo uma letalidade de
0,99%. Segundo a secretária de Saúde Gabriela Kucharski o número é
relativamente baixo em relação à média nacional que é de 2,5%.
O mês de dezembro apresentou 2.429 casos, com 22 mortes. Em novembro
foram 961, com 1 óbito. “Esse aumento exponencial é o fator que fez com
que a primeira ação do atual governo fosse falar sobre a pandemia e
apresentar um plano de combate”, afirmou. Em dezembro também houve um
aumento considerável de pacientes buscando atendimento apresentando
sintomas gripais na rede pública. A média do mês foi de 91,69 pessoas,
um número bastante elevado segundo Gabriela.
Outra preocupação da médica é a lotação dos leitos de terapia intensiva
(UTI´s) disponíveis. Na Macrorregional Oeste, composta pelas regionais
de saúde de Toledo, Cascavel, Francisco Beltrão, Pato Branco e Foz do
Iguaçu, possui hoje 2,6 vezes mais leitos que no início da pandemia,
saltando de 71 para 190. “Mesmo quase triplicando o número de leitos,
ainda assim já tivemos ocupação de 96% destas vagas”. A média em
dezembro ficou em 86,9% de ocupação.